Alto volume de apostas online põe jogo de ténis sob investigação
A cada dia as apostas online tornam-se mais populares em todo o mundo e prova disso é o número de operadores existentes e a quantidade de dinheiro que movimentam. Mas infelizmente, há também um lado negro neste tipo de negócio: a fraude, que leva a que muitos eventos desportivos sejam postos sob investigação das autoridades competentes. O futebol é muito propício a este tipo de situação por ser o desporto que mais dinheiro gera, sendo cada vez mais comuns os casos que vêm a público de resultados combinados. Portugal não é exceção, e prova disso são as investigações a jogos da primeira e segunda liga que geram um elevado número de apostas mesmo antes do início das partidas, tendo mesmo já mesmo já havido detenções e condenações. Este fenómeno das apostas online que resultam em jogos viciados foi aliás uma das razões que levou o Presidente da República a promulgar uma nova lei com punições mais severas para os envolvidos em esquemas deste tipo. Porém, este é um fenómeno comum ao desporto em geral e não um exclusivo do futebol, havendo também encontros de ténis, por exemplo, sob investigação.
Quando o outsider se torna o favorito
É precisamente um encontro de ténis que está a ser investigado, mais precisamente o que esteve integrado na primeira ronda do torneio de Winston-Salem, nos EUA, onde o ucraniano Alexandr Dolgopolov perdeu com brasileiro Thiago Monteiro. Em causa está o elevado volume de apostas colocadas no brasileiro em vários sites estrangeiros, o que fez com que as odds virassem mesmo antes do início do jogo a seu favor. Ou seja, em vez de ser o ucraniano, número 63 do ranking mundial, a ser apontado como favorito – como seria natural – era Thiago Monteiro que aparecia na frente, apesar de estar colocado mais de 50 lugares abaixo, em 114º. Como se não bastasse, Monteiro venceu o seu adversário (6-3, 6-3) em apenas 55 minutos, num jogo onde Dolgopolov não fez um único break point. Como resultado, a Unidade de Integridade no Ténis (TIU) está já a investigar o caso depois de ter sido alertada para um volume de apostas irregular, o que levou também muitos operadores internacionais, como a Ladbrokes por exemplo, um dos mais conhecidos em todo o mundo, a suspender as atividades nesse evento.
A mesma entidade referiu que está a preparar uma resposta à altura da situação, mas que a investigação pode durar meses, uma vez que apesar de os padrões de apostas pré-jogo irregulares poderem ser indicativos do chamado ‘match-fixing’, também podem resultar da lesão de um jogador ou de outros indicadores. No entanto, o TIU já lidou com casos semelhantes no passado, tendo investigado casos de jogos potencialmente combinados em 2016, em torneios de grande mediatismo como o Wimbledon e o US Open.