São os seus próprios patrões, não têm local nem horário de trabalho fixo e lucram em horas o que muitos juntam num ano. Dizem que o risco e as perdas ocasionais compensam os ganhos avultados e a liberdade que a vida lhes proporciona. Muitos começaram como um hobby de rendimento extra, mas tornaram as apostas desportivas no seu emprego a tempo inteiro, graças à evolução normal das tecnologias que permitiu que os mercados se alargassem a prognósticos tão diversificados. Porém, ao contrário de outros países a profissão não se encontra regulamentada em Portugal, embora esse processo esteja a ser acelerado graças ao aumento de apostadores profissionais. Mas como é que, tanto por cá como no estrangeiro, se consegue tornar as apostas numa profissão?
O perfil e comportamento de um apostador profissional
Não há propriamente um perfil típico associado aos apostadores profissionais. As estatísticas trimestrais do SRIJ insistem que as apostas em Portugal atraem maioritariamente homens entre os 25 os 34 anos, mas a verdade é que há desde jovens solteiros a homens casados, com filhos ou divorciados. Dependendo da sua experiência, podem ganhar milhares de euros com os vários eventos desportivos que ocorrem constantemente e se alargarmos o leque para países estrageiros, onde há mercados de apostas online bem mais desenvolvidos do que o português, o perfil dos jogadores é ainda mais irregular e com ganhos bem maiores.
Segundo os especialistas, ser um apostador é mais do que confiar na sorte. Por detrás de cada aposta há uma série de métodos científicos a seguir para conseguir tirar o melhor proveito de cada jogo e é neste aspeto que há mais semelhança com as outras profissões. Mais do que um grande investimento financeiro também tem de haver estudo e dedicação para aperfeiçoar técnicas de antecipação do que vai acontecer. A primeira regra de muitos apostadores profissionais é aceitar a derrota. Afinal são profissionais, e maus dias no escritório acontecem a todos, mas por haver um elevado fator económico sempre presente isto torna-se especialmente importante para não investir irracionalmente nem apostar mais do que se pode perder.
Uma aposta começa com uma análise profunda de todos os fatores envolvidos numa determinada partida e que vão além dos que geralmente são fornecidos pelos operadores. Para o futebol, isto seria por exemplo a forma das duas equipas e que jogadores vão alinhar, quão propícios os jogadores em risco são de levar cartões, a média de faltas ou cantos por jogo, entre outros, tudo assente em números e cálculos de probabilidades. Em certos casos, os apostadores profissionais podem tem acesso privilegiado a estas informações antes mesmo das casas de apostas e do público em geral, o que os põe em vantagem sobre os apostadores ocasionais. Mas o conhecimento sobre a fiabilidade de cada fonte é vital. Se esta informação chegar com demasiada antecedência, então é mais improvável que corresponda fielmente ao que se vai passar e que resulte numa aposta falhada.
Calculadas as probabilidades de vitória sobre determinada aposta, é hora de registar o prognóstico.
Um jogo de ganhos de perdas
Apesar dos perfis dos apostadores profissionais variarem, há algo que se pode apontar como sendo comum a todos: pensam ‘fora da caixa’ e sentem constantemente a chama de vencer bem viva dentro de si. Eles sabem que é impossível enganar as casas de apostas e que estas têm de ter sempre a sua margem de lucro, por isso investem frequentemente em prognósticos menos populares e sobre os quais há menos informação disponível. Graças às informações que obtêm de antemão e aos cálculos de probabilidades que depois efetuam fazem, sabem ao pormenor a rentabilidade do número exato de cantos, por exemplo, ou dos diferentes handicaps. E como apostam em jogos sucessivos e através de ferramentas que lhes permite escolher sempre as melhores odds do mercado, os ganhos multiplicam-se em poucas horas.
Todos podem ambicionar tornar-se apostadores profissionais, mas antes de começar devem ter a noção de que o caminho é longo e que muitas vezes vão fechar o dia com perdas, pelo que é importante ter uma conta bancária que assim o permita e, pelo menos numa fase inicial, outro emprego que proporcione uma fonte de rendimento externa.