O Casino Portugal estreou-se no nosso país no final de Junho de 2017, pondo fim a um longo período de espera e embora por enquanto ainda só tenha obtido a licença relativa à actividade de apostas desportivas à cota, é certo que a sua secção de casino também se encontra em processo de licenciamento junto do SRIJ. Mas se há algo que distingue o Casino Portugal dos demais portais de jogo online actualmente disponíveis no nosso país é a sua própria plataforma de jogo. Assim, tal como não podia deixar de ser dado o nome do operador, o CasinoPortugal.pt é acima de tudo um site de portugueses e para portugueses. Passamos a explicar: enquanto outras páginas optam por alugar plataformas de jogo externas e com provas dadas no mercado (o ESC Online por exemplo, escolheu a Gaming1, uma das mais conceituadas do mundo) para criar e desenhar todas as funcionalidades do seu site, o Casino Portugal apostou no empreendedorismo jovem nacional.
Um projecto inédito em Portugal
Em entrevista ao Expresso, Jorge Armindo, presidente da Associação Portuguesa de Casinos e da Amorim Turismo, esta última a empresa detentora do CasinoPortugal.pt, destacou como o projecto de desenvolvimento de uma plataforma de jogo própria é algo inédito em Portugal, fugindo à opção tradicional de alugar uma plataforma estrageira. Até ao produto final que hoje conhecemos do Casino Portugal, ficaram para trás três anos de trabalho por parte de António Laranjo e Jorge Gonçalves actualmente com 25 e 30 anos de idade, respectivamente. Na altura, ambos estavam em Inglaterra a tirar um mestrado de gestão mas por saberem que o jogo online iria ser legalizado em Portugal e devido à grande tradição das apostas desportivas em Inglaterra, decidiram aproveitar “a onda ligada às startups e ao empreendedorismo jovem” e deitar mãos à obra. O projecto fez com que os dois tivessem vontade de regressar ao país e contribuir para “pôr Portugal no mapa tecnológico”, fazendo história no seu sector de actividade. Para Jorge Armindo “o empreendedorismo é algo que diz muito à Amorim Turismo” e por isso decidiu “apostar forte na capacidade dos jovens em fazer coisas novas”, acreditando no talento que há em Portugal, o que levou a empresa a acolher prontamente a proposta dos dois. No entanto, como o próprio reconhece, este foi um passo arriscado pois a lei portuguesa ainda não estava definida na altura e a plataforma poderia não ser aprovada.
Portugal no mapa do jogo online
A verdade é que passados três anos tudo o que ficou para trás é história e hoje a plataforma desenvolvida por António Laranjo e Jorge Gonçalves está já prestes a tornar-se um modelo de negócio, podendo mesmo ser revendida a outros sites de outros países. Os primeiros alvos serão os países de língua portuguesa, nomeadamente o Brasil, um país que, contou Jorge Armindo ao jornal Expresso, está em vias de aprovar também a sua própria lei com vista a licenciar sites de apostas e casinos online. Para isso, a Amorim Turismo deverá criar ainda este ano uma sociedade que terá como principais accionistas os próprios criadores do Casino Portugal e que se destinará a deter as licenças de jogo, além da própria plataforma de jogo.
Estaremos então prestes a testemunhar o nascimento de uma ‘Gaming1 portuguesa’ a que outros sites pagarão para desenvolver a sua plataforma de jogo? Ainda é cedo para dizer, até porque segundo o presidente da Amorim Turismo são necessários “1.5 milhões de euros em capital próprio” mas certamente tudo parece bem encaminhado para mais um triunfo português.