Durante quatro anos, mais precisamente entre 2009 e 2013, um ex-bancário do Montepio desviou dinheiro dos clientes que usou para pagar dívidas e efetuar apostas online. O jovem de 29 anos confessou o crime no Tribunal de Coimbra no qual lesou os seus clientes num total de 252 mil euros. Durante a sua confissão o próprio arguido explicou às autoridades que o seu esquema visava sobretudo pessoas “mais idosas, mais vulneráveis ou menos instruídas” e foi levado a cabo nos balcões do banco em Tondela, Anadia e Coimbra. De acordo com o Ministério Público (MP), alguns dos esquemas utilizados pelo ex-funcionário para enganar os clientes incluíam transferências e levantamentos ou aplicações que eram falsamente constituídas, resgatadas ou renovadas. Tudo isto levou a que os clientes tenham perdido milhares de euros havendo mesmo casos em que uma única burla ascendeu aos 75 mil euros.
Apesar de o banco já ter reembolsado por inteiro todos os clientes afectados, o arguido comprometeu-se a pagar uma quantia de 300 euros por mês ao Montepio, valor esse que servirá para devolver ao banco todo o dinheiro desviado durante quatro anos.
Perante as acusações de falsidade informática, burla qualificada e falsificação de documentos, o psiquiatra de defesa alegou que o jovem sofre de uma doença que o torna particularmente susceptível a comportamentos disruptivos. Na mesma medida, também o próprio advogado criticou a liberalização do jogo online, apontando-o mesmo como causa principal dos factos. O MP pediu um acompanhamento rigoroso do caso e a sentença será anunciada em Abril pelo Tribunal de Coimbra.